As consequências da instalação no Alentejo de grandes centrais de produção de energias fotovoltaicas, estão esta quarta-feira, 9 de abril, em debate no Palácio de D. Manuel, em Évora.
A plataforma cívica “Juntos pelo Divor”, entidade promotora, reúne um conjunto de especialistas, académicos e investigadores para debater questões como a necessidade ou a inevitabilidade da instalação destas centrais no número e na dimensão que consta nos projetos anunciados. Em conjugação, é também objetivo dos promotores debater a questão de como articular a conservação da biodiversidade, da paisagem e do património cultural, as atividades agropecuárias, florestais e turísticas, com as exigências da transição energética.
Marcou presença um vasto leque de entidades, com representantes do Poder Local, professores e estudantes de diferentes níveis de ensino, para além de movimentos cívicos de todo o Alentejo, associações ambientalistas, empresários e políticos regionais.
A Câmara Municipal de Évora está representada pelo seu Presidente, Carlos Pinto de Sá, que deixou algumas notas para reflexão na abertura do debate. Referiu-se o autarca eborense à extrema importância de encarar as consequências das alterações climáticas, não só através do combate possível às respetivas causas, mas ao mesmo tempo pelo trabalho de adaptação que terá que ser feito por todos, em particular pelo poder público, a quem compete tomar as decisões estratégicas necessárias para minimizar as consequências negativas.
No que respeita ao impacto das centrais fotovoltaicas, Carlos Pinto de Sá deixou claro que “nós somos a favor das energias renováveis”, no entanto “há que potenciar os aspetos positivos e minimizar os negativos”, identificando estes com a transformação da paisagem alentejana, o ataque à biodiversidade, e a potencial destruição de todo o ecossistema natural. Reafirmou que os Municípios não são entidades licenciadoras nesta matéria, nem têm qualquer poder vinculativo sobre a viabilização dos projetos.
A concluir, propôs uma profunda reflexão, não só sob o ponto de vista técnico, mas também de decisões políticas que permitam controlar a sede do lucro a qualquer preço. Manifestou disponibilidade para colaborar na procura de alternativas e propôs que seja equacionada a possibilidade de alterar os Planos Diretores Municipais no sentido de incluir zonas destinadas à instalação de centrais fotovoltaicas.
Fonte/Foto: CM Évora