“Não o pensava antes, quando escutava a guitarra de Carlos Paredes, mas hoje, recordando- a, compreendo que aquela música era feita de alvoradas, canto de pássaros anunciando o sol.
Ainda tivemos de esperar uma década antes que outra madrugada viesse abrir-se para a liberdade, mas o inesquecível tema de Verdes Anos, esse cantar de extática alegria que ao mesmo tempo se entretece em harpejos de uma surda mas irreprimível melancolia, tornou-se para nós numa espécie de oração laica, um toque a reunir de esperanças e vontades. Já seria muito, mas ainda não era tudo.